O Dia de Finados, lembrado em 2 de novembro, é um momento em que, por aqui, as pessoas geralmente se recolhem e vão aos cemitérios prestar homenagens a seus entes queridos que já se foram. Há inclusive uma “lenda” de que sempre chove neste dia. E eu acho que chove mesmo, pelo menos na alma das pessoas, pois é um dia de luto.
No México e em outros países da América Central, os costumes dos povos indígenas se misturaram às tradições católicas levadas pelos espanhóis e com isso os antigos rituais ligados à morte passaram a coincidir com a data católica, porém, com significado um pouco diferente da tradição cristã. As celebrações do Día de Muertos começam em 1º de novembro e se estendem pelo dia seguinte com festa animada e comidas típicas. Acredita-se que os mortos venham visitar seus parentes durante esses dias, por isso devem ser recebidos com música, dança e seus pratos preferidos.
Famílias inteiras vão aos cemitérios levar suas oferendas, com velas, comidas e objetos dos quais aquelas pessoas gostavam em vida. As caveiras são um símbolo muito presente não só nesta data, mas na cultura mexicana no geral, e as mesmas aparecem de forma nada sombria, muito coloridas e enfeitadas com fitas, flores e outros adereços. As crianças esperam ansiosamente pelas calaveritas de açúcar, doces em formato de caveiras.
Depois de conhecer essa forma tão diferente de se lidar com a morte, experimentei em casa a receita do Pan de Muerto, um pão doce sovado típico da data, de formato redondo e com decoração que remete a ossos. Pode parecer um pouco macabro, mas retrata uma leveza e uma naturalidade em se lidar com a morte.
Pan de Muerto (pão de morto)
(Rende um pão bem grande)
½ xícara de água
4 colheres de sopa de manteiga
No total, de 5 a 7 xícaras de farinha de trigo (ao longo da receita explico melhor)
1 colher de café de sal
¾ de xícara de açúcar
1 tablete (15 g) de fermento biológico fresco
3 ovos
3 colheres de sopa de extrato de anis*
*Preparando o extrato de anis: no dia anterior, peguei anis-estrelado (2 unidades) e coloquei em um pote fechado com 4 colheres de sopa de cachaça. Podem ser usados também essência ou licor de anis.
Coloque o leite, a água e a manteiga em uma panela e leve a fogo baixo para esquentar, mas não pode deixar ferver. Pegue 1 e 1/2 xícara de farinha de trigo e misture com o sal, o açúcar e o fermento (esfarele esse último com as mãos, para ajudar a misturar). Junte essa mistura seca com o preparado de leite que você esquentou. Acrescente os ovos, o extrato de anis e mais 1 xícara de farinha de trigo. Misture bem. Até então, você terá uma massa bem líquida. Vá misturando o restante da farinha, de xícara em xícara, primeiro no recipiente e depois sovando a massa em uma superficie enfarinhada, até obter uma massa elástica e que não grude nas mãos. Em precisei, no total, de 7 xícaras de farinha para chegar ao ponto, mas isso depende dos ingredientes, do tamanho dos ovos, do estado de espírito...Deixe a massa descansar até dobrar de tamanho. Aqui ficou cerca de 1 hora dentro do forno, que eu havia ligado antes por 3 min para ficar morninho. Depois de crescida a massa, é hora da modelagem.
Separe ¼ da massa para a decoração e faça uma bola com o resto. Com a porção separada, faça uma bolinha maior para colocar no topo e várias outras bolinhas menores, que você juntará - apertando as extremidades para juntar as massas das bolinhas - para formar duas cobrinhas, imitando “ossos”. Passe ovo batido em cima do bolão de massa e disponha as duas cobrinhas em cima, passe ovo batido em cima das cobrinhas também e finalize com a bolinha maior no topo (veja a foto para entender melhor). Deixe descansar por mais 1 hora e leve ao forno a 180º C por cerca de 40 min.
Aqui, dividi a massa e fiz um pão médio e um pequeno. Ele fica um pão sovado bem macio e com sabor levemente doce, o anis aparece de forma bem suave. Se quiser, depois de assado, finalize com manteiga derretida e açúcar cristal por cima.
4 colheres de sopa de manteiga
No total, de 5 a 7 xícaras de farinha de trigo (ao longo da receita explico melhor)
1 colher de café de sal
¾ de xícara de açúcar
1 tablete (15 g) de fermento biológico fresco
3 ovos
3 colheres de sopa de extrato de anis*
*Preparando o extrato de anis: no dia anterior, peguei anis-estrelado (2 unidades) e coloquei em um pote fechado com 4 colheres de sopa de cachaça. Podem ser usados também essência ou licor de anis.
Coloque o leite, a água e a manteiga em uma panela e leve a fogo baixo para esquentar, mas não pode deixar ferver. Pegue 1 e 1/2 xícara de farinha de trigo e misture com o sal, o açúcar e o fermento (esfarele esse último com as mãos, para ajudar a misturar). Junte essa mistura seca com o preparado de leite que você esquentou. Acrescente os ovos, o extrato de anis e mais 1 xícara de farinha de trigo. Misture bem. Até então, você terá uma massa bem líquida. Vá misturando o restante da farinha, de xícara em xícara, primeiro no recipiente e depois sovando a massa em uma superficie enfarinhada, até obter uma massa elástica e que não grude nas mãos. Em precisei, no total, de 7 xícaras de farinha para chegar ao ponto, mas isso depende dos ingredientes, do tamanho dos ovos, do estado de espírito...Deixe a massa descansar até dobrar de tamanho. Aqui ficou cerca de 1 hora dentro do forno, que eu havia ligado antes por 3 min para ficar morninho. Depois de crescida a massa, é hora da modelagem.
Separe ¼ da massa para a decoração e faça uma bola com o resto. Com a porção separada, faça uma bolinha maior para colocar no topo e várias outras bolinhas menores, que você juntará - apertando as extremidades para juntar as massas das bolinhas - para formar duas cobrinhas, imitando “ossos”. Passe ovo batido em cima do bolão de massa e disponha as duas cobrinhas em cima, passe ovo batido em cima das cobrinhas também e finalize com a bolinha maior no topo (veja a foto para entender melhor). Deixe descansar por mais 1 hora e leve ao forno a 180º C por cerca de 40 min.
Aqui, dividi a massa e fiz um pão médio e um pequeno. Ele fica um pão sovado bem macio e com sabor levemente doce, o anis aparece de forma bem suave. Se quiser, depois de assado, finalize com manteiga derretida e açúcar cristal por cima.
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Referências: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_dos_Mortos e http://es.wikipedia.org/wiki/D%C3%ADa_de_Muertos
A receita do Pan de Muerto foi retirada DAQUI.
Para conferir as outras participações da BCFV, visite os blogs Publicar para Partilhar, Na Cozinha ou Espiritual-idade.
A receita do Pan de Muerto foi retirada DAQUI.
Para conferir as outras participações da BCFV, visite os blogs Publicar para Partilhar, Na Cozinha ou Espiritual-idade.
Outra ótica diferente nessa blogagem, mas relacionada à morte. Bacana você mencionar a cultura mexicana que celebra o dia dos mortos com muitas comilanças, cantorias no túmulo do morto e muitas figuras de caveiras que se espalham pela casa. Para eles é alegria agradar aquela alma.E, quanto ao seu pão que lindo e como me deixou frustrada, pois ontem fiz o pão de cebolas recheado com mussarela e tomilho fresco e ele não cresceu. Pegando a latinha de fermento seco, havia vencido e o dia não estava para massa. Ventou forte o dia todo e eu não fico bem. Que pena, mas parabéns pela linda blogagem! Beijão!
ResponderExcluirQuerida Adri
ResponderExcluir"...um ramo de jasmins todo orvalhado"...
(Amara)
Interessante, parece a última aula de Espanhol onde vimos o dia dos mortos... falamos sobre o pão dos mortos... vimos as cores coloridas (roxo e dourado)... que ilustram o dia...
Também das diversas manifestações pelo mundo afora do tal dia dos mortos...
Caixões de chocolate... cruzes... também os cartões de amigo da morte(tipo amigo x)... um tira o outro e faz uma brincadeira com o outro sobre a sua morte em breve... Curiosidades dos países que vêem a morte com um teor mais do que natural e decorrente da vida que por ora vivemos... Legal!!!
Vc parece que esteve presente por lá... Gostei muito... foi um post inédito...
Seja feliz e abençoada!!!
"Simpatia são dois galhos
Banhados de bons orvalhos"...
(Ieda)
Um maravilhoso mês de setembro, repleto de gotículas de orvalho!!!
Bjm de coração a coração pra VC...
http://espiritual-idade.blogspot.com/
Adri, é mesmo muito díficil falar sobre a morte, mas você conseguiu com seu relato dar uma leveza ao tema e o pão, apesar de nome estranho, me parece muito apetitoso!
ResponderExcluirBjuss!!!
Coloque em seu coração os sonhos que você tem.
ResponderExcluir____¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦
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_¦¦¦¦¦¦¦¦Os poderes que lhe pertencem e o amor mais
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_¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦(_.•´/|\`•._)¦ forte de que é capaz.
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_____¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦E descobrirá a magia de ser feliz!
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¦¦_______¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦ Que Deus ilumine vc e sua sagrada Familia
¦¦¦¦_______¦¦¦¦¦¦¦ ¦¦¦¦¦¦______¦¦¦¦¦Este é o meu desejo para você.
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Um Abençoado e feliz final de semana.
Beijos no coração.
Evanir
Olá, Adri!Surpreendeste-me com a tua participação!Gostei muito de ter conhecimento desta visão mais alegre da morte, cada povo "culturiza" a morte à sua maneira e são sempre diferentes, mesmo que parecidas. O pão tem um aspecto delicioso!
ResponderExcluirBeijinhos mil!
Adri,
ResponderExcluirMinha filha é professora de espanhol e resolveu preparar em casa, junto comigo, o pão dos mortos, há alguns anos, para levar numa aula sobre esse assunto. Tinha até a caveira no pão... De modo que, conheço essa tradição e assisti a um documentário recentemente sobre essa "festa" mexicana.
Essa foi uma das sugestões que demos na convocação para essa fase da coletiva. Que bom você ter trazido pra nós essa faceta cultural sobre a morte! Não perdeu o foco da culinária e ainda nos enriqueceu com essa tradição.
Bjs.
Olá Adri.
ResponderExcluirBlogagem coletiva é acima de tudo cultura, além de conhecer a culinária conheci também a cultura deste povo que não conhecia. Muito bom e criativo seu post. Bjs.
Adorei seu post Adri, é um tema do qual temos tanto receio em falar e até evitamos, e no entanto, outras culturas existem e bem diferentes das nossas, o que para nós é estranho, para eles é tão natural. Adorei saber, o tema é sobre a morte, mas digo sempre: Vivendo e Aprendendo. Bjokas
ResponderExcluirMuito bom seu tema, e eu gostaria muito que por aqui também tivessemos essa maneira leve e natural de encarar a coisa mais natural da vida que é a morte !
ResponderExcluirVou experimentar o pão !
Beijo
Adri, postagem alegre para falar da morte, adorei. No momento gostaria muito de ter nascido e vivido em um cultura dessas, que festejam a morte, assim não estaria sofrendo tanto a minha perda. Beijos.
ResponderExcluirMaria Luiza, pão é receita muito temperamental, depende do dia, rs. Ainda bem que estava com a mão boa no dia do pan de muerto, rs. Beijo!
ResponderExcluirRosélia, conheci melhor a festa justamente em um curso de espanhol, e fiquei fascinada com a riqueza e com esse jeito tão peculiar de lidar com a morte. Beijos!
Rachel, o nome não é muito convidativo, rs, mas o pão é realmente bem gostoso. Um beijo.
Evanir, obrigada pela visita :-) Beijos.
Lina, esse jeito tão diferente de ver a morte tem raízes astecas, povo que via o pós-morte de um jeito muito peculiar. Fiquei bem feliz que o tema, que me surpreendeu quando conheci, tenha surpreendido a outros também :-) Beijos!
Gina, então o pão já não era desconhecido para você! Procurei bastante na internet para chegar a essa receita, depois você pergunta a sua filha se era isso mesmo. Achei nas pesquisas uns pães todo decorados, com açúcar em cima, flores, caveirinhas...como o que você fez :-) Beijos!
Esplendor, então consegui meu objetivo! Que bom que gostou da postagem e de conhecer um pouco do México :-) Beijo.
Josy, confesso que, para mim, ainda causa estranheza esse jeito mexicano de "celebrar" a morte, mas que é uma festa linda e riquíssima, não há como negar. Um beijo!
Flora, não tenho muito conhecimento sobre, mas acho que os kardecistas já lidam com a morte de um jeito bem mais sereno do que nós, católicos. Tudo serve de aprendizado, que a gente tire algo desse jeito mexicano :-) Beijos.
Virginia, acredito que eles devam sofrer sim com a perda, a diferença é que a lembrança que vem no dia não é de perda, e sim de reencontro, por isso a celebração. Que essa ideia traga um pouco de conforto a seu coração. Um beijo.
Adri, el nombre del pan és terrible, de muerto!
ResponderExcluirMas com toda certeza parece ser uma delicia com um café com leite.
E cada país e suas culturas, ainda bem que podemos trocar essas informações.Achei diferente!Na campanha(fronteira) a morte de uma certa forma era festejada diferente, pois como tudo era muito longe, quando se encontravam a parentada, era muita comilança e bebida.Leva-se mais que um dia para que viesse todos. Conversa a noite toda e também cantoria.Para mim era uma alegria, embora sendo triste.
Paz e bem
Olá Adri,
ResponderExcluiradorei encontrar aqui o Dia de todas as almas (Finados). Cá em Portugal é como se chama.
Também temos um "pão" típico desses dias, de Finados e de todos os Santos.
Já escrevi sobre a tradição Portuguesa aqui neste link:
Pão por Deus
Por acaso não lembrei deste tema, caso contrário teria reaproveitado minha receitinha ;) Bem lembrado!
Os blogs de culinária têm duplo desafio a cada fase. Gostei imenso da perspectiva que você escolheu abordar! Sempre original.
Beijinhos.
Rute
P.s.-Já está postada a nova fase BCFV.
Desta vez é mesmo a última.
É interessante como a forma de ver a morte é diferente em cada cultura. Os japoneses choram com o nascimento e festejam a morte. Será q esses povos não estarão certos? Será q essa passagem não será mais tranquila do q imaginamos? Afinal, cada um tem a sua resposta e crença. Muita paz!
ResponderExcluirBel, você, que já morou fora e teve contato com outras culturas, deve perceber bem essas diferenças :-) Sim, o nome do pão é horroroso,rs mas, acredite em mim, é uma delícia! Beijo!
ResponderExcluirRute, que legal conhecer essa tradição do pão de Deus. Aqui, pelo menos na minha região, não sei de nenhum prato típico da data. Essa blogagem não deixa de ser uma troca cultural maravilhosa também :-) Já estou com saudade da BCFV! Beijos.
Denise, que dado interessante você trouxe. A psicanálise considera o nascimento um trauma e, parando para pensar, é algo bem agressivo mesmo para o bebê, psicologicamente falando. Cada contribuição aqui nos comentários me fez pensar mais um pouquinho, e com isso vamos construindo nossas respostas (ou pelo menos chegando perto, rs). Um beijo!