
Nesta segunda etapa da Blogagem Coletiva Fases da Vida, na qual a fase escolhida foi a infância, não me veio outra ideia na cabeça sobre como participaria do que falar sobre a alimentação das crianças.
Andava pensando muito nisso nos últimos tempos, observando as notícias dos dados cada vez mais alarmantes da obesidade infantil e vendo os hábitos das crianças próximas a mim, filhos de parentes, vizinhos, conhecidos...
Outro dia conversava com meu marido que, na nossa época (papo de velho mode on), criança que se prezasse sempre tomava algo para abrir o apetite: Biotônico Fontoura, emulsão de Scotch, óleo de fígado de peixe e outras alquimias delicinhas. Era assunto de criança: "eu tomo Biotônico Fontoura", "que sorte! minha mãe me dá óleo de fígado, argh!". Eu tomava Biotônico Fontoura com sementes de sucupira dentro (???). Não bastava comprar o tônico na farmácia, tinha a pajelança.
Biotônicos à parte, o fato era que a grande preocupação das mães era que suas crianças não queriam comer, quase sempre porque a brincadeira na rua com os amigos não podia esperar o fim do prato.
Hoje, as mães levam suas crianças acima do peso aos nutricionistas, que receitam dietas àquele organismo em formação já acometido pelos altos índices de colesterol, glicose, triglicérides...males de adultos. E recomendam exercícios às crianças. Oi? Agora precisa de receita médica para que a criança corra, pule, brinque?
É o famoso estilo de vida urbano. A gente sempre correndo, atrás de ganhar a vida, e nossas crianças cada vez mais sozinhas nos seus apartamentos, longe dos perigos das ruas e companheiras do computador, do vídeogame.
Não é fácil, os tempos são difíceis para ser criança, em vários sentidos. Mas, pais, protejam a infância dos seus filhos! A criança, principalmente as pequenas, só come o que damos, o que compramos. De quem é a culpa? Fico doente ao ver crianças se alimentando mal porque mães e pais preferem lançar mão de produtos industrializados em vez de cozinhar alimentos frescos e, assim, oferecer uma alimentação mais variada e nutritiva aos pequenos.
É a "síndrome do macarrão instantâneo". O equilíbrio é a chave de tudo, doces e hambúrgueres são gostosos, mas comer só isso não dá. Alimentar bem sua criança é questão de educação, ela deve ser acostumada a comer bem e os pais devem dar exemplo. Alimentar bem sua criança é um ato de amor.
Convide os pequenos para ir à cozinha, ver como os alimentos são preparados (claro, certifique-se que não há perigo de panelas quentes, facas à mão, etc.), faça com eles receitas simples, sanduíches de pasta e vegetais, sucos coloridos, muffins. Deixe que batam a massa do bolo, coloquem as mãozinhas na massa do pão, montem sanduíches.
Para animar as crianças, deixo uma receita de preparo simples e supercriativo de iogurte caseiro, que pode e deve ser usado como iogurte de beber (pois fica bem líquido) e para bater vitaminas. A ideia veio do blog
Prato Fundo, e dei meu toque para um sabor morango.
Você vai precisar de 500 ml de leite integral, 1 colher de sopa de iogurte natural, leite em pó e Nesquik (ou outro do tipo). Esquente metade do leite, sem deixar ferver, acrescente 2 colheres de sopa de Nesquik e 2 colheres de sopa de leite em pó. Junte o restante do leite (que estava em temperatura ambiente) e acrescente o iogurte natural. Coloque esse preparado em uma garrafa térmica, separada só para esse uso, não pode usar a do café! No meu, deixei 3 horas na garrafa térmica bem vedada, depois transferi para uma garrafa de iogurte limpa, que guardei do industrializado que acabou, e levei à geladeira.
Ficou bem líquido, com sabor suave de morango e nada doce. Trocando o Nesquik por produtos de outros sabores, dá para ter iogurte sabor vitamina, banana, baunilha...
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Crédito da primeira foto: Leandro Monteiro.